quarta-feira, 15 de julho de 2009

2.

Existe então
essa ferida escondida
que reúne no centro do
corpo, vozes, sonhos e
solidão. Existe então
no útero calmo quando
não respiro, uma dor.
Dor sem pranto,
dor sem dono,
dor que não responde,
dor presente.
São certos os rumos
que seguem essas
células de minérios
incandescentes.
Sou essa dor, e
essa dor não é.
Existo então, como
depois da madrugada
sem chuva, o
orvalho do vale,
a geada ao sol.
Seguem os rumos
destas partículas
de despedidas,
como se
existíssemos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

1.

Quais palavras
guardam em mim
este silencio. Se eu
pedisse qualquer outra
coisa. Se outra vez
ignorasse o tempo
de não saber.
Falar de amor,
perguntar
as mesmas coisas?
Não existem signos
diante deste céu
de rosto, de suplica
sem desejo. Quais
palavras levam
para onde
não se fazem
tu e eu.
E não se fazem.