um corpo entre outros
(noite e vigília)
corpo de alma
de gozo e poesia.
da-se em atos
despercebidos
corpo retiro
do mundo no mundo.
meu corpo, de novo
(sombra de alma)
corpo que sangra
um copo de vida:
flecha e alvo,
luz e espelho
voz e soneto:
toca e vibra.
lembra de tudo
corpo partido
dor por não te
ter
corpo em suplício.
corpo e silêncio
que corpo, traído
que em ti, ainda pede
sonha, perdoa?
corpo de corpos
de amor, de limites
tão quente, de tudo
que chora, que diz.
um corpo não mente
comove, e doente
sente de novo
e se cura de si.
um corpo arrebata
de longe, ou cansado
corpo que resta
sozinho, alado.
corpo memória
e corpo futuro
corpo que agora
me faz
escrever
terça-feira, 30 de outubro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
D. H. Lawrence
"All I care about in a man
is that unbroken spark in him
where he is himself
undauntedly.
And all I want is to see the spark flicker
vivid and clean.
But our civilisation, alas,
with lust crushes out the spark
and leaves men living clay.
Because when the spark is crushed in a man
he can't help being a slave, a wage-slave,
a money-slave."
is that unbroken spark in him
where he is himself
undauntedly.
And all I want is to see the spark flicker
vivid and clean.
But our civilisation, alas,
with lust crushes out the spark
and leaves men living clay.
Because when the spark is crushed in a man
he can't help being a slave, a wage-slave,
a money-slave."
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
João Paiva
do querido amigo e colega João, homem de mil mitos
"Há de abrir-se a flor do espinheiro
num manancial de ternura.
E da haste da fraqueza há de abrir-se,
um ninho de cuidado.
Onde as chagas serão flores,
na palma do coração.
E as dores, frutos alados,
na palma do coração.
E no sal da criança em madureis
há de vir o habitante do inóspito,
sem banir da haste o vulnerável.
Nos remansos da inquietude
esse cordão de alma
vige numa espera,
Que rasga, a cada vez,
as malhas de lã de ferro
coladas na pele,
abrindo brechas."
"Há de abrir-se a flor do espinheiro
num manancial de ternura.
E da haste da fraqueza há de abrir-se,
um ninho de cuidado.
Onde as chagas serão flores,
na palma do coração.
E as dores, frutos alados,
na palma do coração.
E no sal da criança em madureis
há de vir o habitante do inóspito,
sem banir da haste o vulnerável.
Nos remansos da inquietude
esse cordão de alma
vige numa espera,
Que rasga, a cada vez,
as malhas de lã de ferro
coladas na pele,
abrindo brechas."
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
União
Quando duas almas se encontram, tudo o que compõe os dois seres pede para ter um lugar. Como se não houvesse uma voz que não pudesse ser ouvida. Como se não houvesse uma nuança do rosto que não pertencesse a vida. E é esse o desafio do amor: o impacto da verdade de cada um.
O amor é o abrigo das maiores alquimias. E é no enlace do amor que um vínculo estranho se dá - como quem enraíza os pés descalços na terra quente. Como quem reencontra a União. É disso que falam os místicos; que delineiam os poetas. E é nisso que resvalam os psicólogos, os que perderam um pouco do orgulho, pelo menos. Há um encontro para cada um de nós. E um encontro em nós. O resto, é esperança.
Portanto, não percamos de vista o pedido do coração. Não afugentemos as dores e as penas da alma que revive. É possível caminhar de mãos dadas, e as mãos se dão.
O amor é o abrigo das maiores alquimias. E é no enlace do amor que um vínculo estranho se dá - como quem enraíza os pés descalços na terra quente. Como quem reencontra a União. É disso que falam os místicos; que delineiam os poetas. E é nisso que resvalam os psicólogos, os que perderam um pouco do orgulho, pelo menos. Há um encontro para cada um de nós. E um encontro em nós. O resto, é esperança.
Portanto, não percamos de vista o pedido do coração. Não afugentemos as dores e as penas da alma que revive. É possível caminhar de mãos dadas, e as mãos se dão.
Cosmic Superimposition
"Let us forget for a moment all the complicated higher functions that later are added to natural superimposition. Let us reduce it all to functioning beyond the individual and even the realm of the species. Let us penetrate deeply enough to see this function as an energy process that runs a certain course quite autonomically and with unequivocal effect. If we do this, then we see in it a trans-individual event, something that takes charge of life and governs it."
Wilhelm Reich
Wilhelm Reich
Rumi
"If anyone asks you
how the perfect satisfaction
of all our sexual wanting
will look, lift your face
and say,
Like this.
When someone mentions the gracefulness
of the nightsky, climb up on the roof
and dance and say,
Like this.
If anyone wants to know what "spirit" is,
or what "God’s fragrance" means,
lean your head toward him or her.
Keep your face there close.
Like this.
When someone quotes the old poetic image
about clouds gradually uncovering the moon,
slowly loosen knot by knot the strings
of your robe.
Like this.
If anyone wonders how Jesus raised the dead,
don’t try to explain the miracle.
Kiss me on the lips.
Like this. Like this.
When someone asks what it means
to "die for love," point
here.
If someone asks how tall I am, frown
and measure with your fingers the space
between the creases on your forehead.
This tall.
The soul sometimes leaves the body, then returns.
When someone doesn’t believe that,
walk back into my house.
Like this.
When lovers moan,
they’re telling our story.
Like this.
I am a sky where spirits live.
Stare into this deepening blue,
while the breeze says a secret.
Like this.
When someone asks what there is to do,
light the candle in his hand.
Like this.
How did Joseph’s scent come to Jacob?
Huuuuu.
How did Jacob’s sight return?
Huuuu.
A little wind cleans the eyes.
Like this.
When Shams comes back from Tabriz,
he’ll put just his head around the edge
of the door to surprise us
Like this."
how the perfect satisfaction
of all our sexual wanting
will look, lift your face
and say,
Like this.
When someone mentions the gracefulness
of the nightsky, climb up on the roof
and dance and say,
Like this.
If anyone wants to know what "spirit" is,
or what "God’s fragrance" means,
lean your head toward him or her.
Keep your face there close.
Like this.
When someone quotes the old poetic image
about clouds gradually uncovering the moon,
slowly loosen knot by knot the strings
of your robe.
Like this.
If anyone wonders how Jesus raised the dead,
don’t try to explain the miracle.
Kiss me on the lips.
Like this. Like this.
When someone asks what it means
to "die for love," point
here.
If someone asks how tall I am, frown
and measure with your fingers the space
between the creases on your forehead.
This tall.
The soul sometimes leaves the body, then returns.
When someone doesn’t believe that,
walk back into my house.
Like this.
When lovers moan,
they’re telling our story.
Like this.
I am a sky where spirits live.
Stare into this deepening blue,
while the breeze says a secret.
Like this.
When someone asks what there is to do,
light the candle in his hand.
Like this.
How did Joseph’s scent come to Jacob?
Huuuuu.
How did Jacob’s sight return?
Huuuu.
A little wind cleans the eyes.
Like this.
When Shams comes back from Tabriz,
he’ll put just his head around the edge
of the door to surprise us
Like this."
poema cru (ou repetição)
traído pela fonte
vi morrer meu avô
um amigo advertida
mente, chutou-me no rosto
perdi a virgindade
e troquei a inocência
por um cálice de vinho.
Parti
elegi uma cidade
elegi um amor
mas não escolhi
fui ensandecendo
fui, e incandesci
de novo partindo
de novo perdi
que novo?
voltei
chove copiosamente
ouço música
não lembro as palavras
(e estou cansado)
continua voltando
continuo voltando?
até quando,
pra onde
vi morrer meu avô
um amigo advertida
mente, chutou-me no rosto
perdi a virgindade
e troquei a inocência
por um cálice de vinho.
Parti
elegi uma cidade
elegi um amor
mas não escolhi
fui ensandecendo
fui, e incandesci
de novo partindo
de novo perdi
que novo?
voltei
chove copiosamente
ouço música
não lembro as palavras
(e estou cansado)
continua voltando
continuo voltando?
até quando,
pra onde
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Rabindranath Tagore
"Sou como um caminho dentro da noite, ouvindo, em silêncio, os passos da própria memória"
"Perdi minha gota de orvalho" - diz a flor ao céu, que perdeu todas as suas estrelas"
"Vivemos neste mundo quando o amamos"
"Os homens são cruéis, mas o Homem é bom"
"Meu amor, não peço para entrar em tua casa. Vem tu para minha infinita solidão"
"Deus prefere as lamparinas dos homens às suas estrelas imensas"
"Coração meu, procura tua beleza no movimento do mundo, assim como o barco encontra sua graça na agua e no vento"
"Meu Deus, aqueles que possuem tudo menos a ti, riem-se daqueles que nada possuem, além de ti"
"O sofrimento do amor canta em torno da minha vida como o mar insondável, e a alegria do amor canta como os pássaros nos bosques floridos"
"Este é o mundo das tempestades selvagens, domadas pela música da beleza"
"Em seu amor, Deus beija o finito; o homem beija o infinito"
"Deus fica esperando que o homem se torne criança na sabedoria"
"E minha ultima palavra é esta: Eu confio em teu amor"
"Perdi minha gota de orvalho" - diz a flor ao céu, que perdeu todas as suas estrelas"
"Vivemos neste mundo quando o amamos"
"Os homens são cruéis, mas o Homem é bom"
"Meu amor, não peço para entrar em tua casa. Vem tu para minha infinita solidão"
"Deus prefere as lamparinas dos homens às suas estrelas imensas"
"Coração meu, procura tua beleza no movimento do mundo, assim como o barco encontra sua graça na agua e no vento"
"Meu Deus, aqueles que possuem tudo menos a ti, riem-se daqueles que nada possuem, além de ti"
"O sofrimento do amor canta em torno da minha vida como o mar insondável, e a alegria do amor canta como os pássaros nos bosques floridos"
"Este é o mundo das tempestades selvagens, domadas pela música da beleza"
"Em seu amor, Deus beija o finito; o homem beija o infinito"
"Deus fica esperando que o homem se torne criança na sabedoria"
"E minha ultima palavra é esta: Eu confio em teu amor"
John Donne
"No man is an island, entire of itself
every man is a piece of the continent, a part of the main
if a clod be washed away by the sea,
Europe is the less, as well as if a promontory were,
as well as if a manor of thy friends or of thine own were
any man's death diminishes me, because I am involved in mankind
and therefore never send to know for whom the bell tolls
it tolls for thee."
every man is a piece of the continent, a part of the main
if a clod be washed away by the sea,
Europe is the less, as well as if a promontory were,
as well as if a manor of thy friends or of thine own were
any man's death diminishes me, because I am involved in mankind
and therefore never send to know for whom the bell tolls
it tolls for thee."
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
poema em feminino
refém do tempo
vou sucumbindo ao feminino
desses gestos, desde ventos
densa curva dos cabelos,
e deixando dissipar a agonia
e preso a um exercício
toda a irrupção da liberdade:
são gestos vermelhos, estes
numa escolha dos meus olhos:
os detalhes de uma saia
o relevo atrevido de uma coxa
a sarda mal contada de um seio
menor e irascível
quase improdutivo
quanta desproporção numa flauta
e no meio de tanta coisa
de tanta fala inaudível
estou ali
tenho certeza
a magia incandescente
a impropriedade absurda
a imensa delicadeza
vou sucumbindo ao feminino
desses gestos, desde ventos
densa curva dos cabelos,
e deixando dissipar a agonia
e preso a um exercício
toda a irrupção da liberdade:
são gestos vermelhos, estes
numa escolha dos meus olhos:
os detalhes de uma saia
o relevo atrevido de uma coxa
a sarda mal contada de um seio
menor e irascível
quase improdutivo
quanta desproporção numa flauta
e no meio de tanta coisa
de tanta fala inaudível
estou ali
tenho certeza
a magia incandescente
a impropriedade absurda
a imensa delicadeza
Rumi
“We are the mirror as well as the face in it.
We are tasting the taste this minute
of eternity. We are pain
and what cures pain, both. We are
the sweet cold water and the jar that pours.
I want to hold you close like a lute,
So we can cry out with loving.
You would rather throw stones at a mirror?
I am a mirror, and here are the stones.”
We are tasting the taste this minute
of eternity. We are pain
and what cures pain, both. We are
the sweet cold water and the jar that pours.
I want to hold you close like a lute,
So we can cry out with loving.
You would rather throw stones at a mirror?
I am a mirror, and here are the stones.”
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
---------
me despeço também de você
o que é mais dificil
porque des pedir de você
é morrer
é ter morrido
é quase estar morto
mas eu tenho que nascer
outra vez
adeus olhos meus
o que é mais dificil
porque des pedir de você
é morrer
é ter morrido
é quase estar morto
mas eu tenho que nascer
outra vez
adeus olhos meus
intregrar
se entregar e se integrar
ao vivo com o não vivo
na contração da expansão
e infindas circulares
in vortexis azuis
os rodopios dervixes
de intencionalidade e amor
e talvez nos aproximemos
- tu e eu
e talvez nossas estrelas
como entes perdidos
que nas noites mais claras
revelam-se
- sejam olhos luminosos
e ao se integrar, se entregar
na evocação e na distância
na sombra dos movimentos incompletos
no fluxo desses deuses
a respiração
a convulsão em silêncio
e ainda assim
e ainda sim
se entregar e se integrar
ao vivo com o não vivo
na contração da expansão
e infindas circulares
in vortexis azuis
os rodopios dervixes
de intencionalidade e amor
e talvez nos aproximemos
- tu e eu
e talvez nossas estrelas
como entes perdidos
que nas noites mais claras
revelam-se
- sejam olhos luminosos
e ao se integrar, se entregar
na evocação e na distância
na sombra dos movimentos incompletos
no fluxo desses deuses
a respiração
a convulsão em silêncio
e ainda assim
e ainda sim
se entregar e se integrar
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Manuel
"Vão demolir esta casa.
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências:
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!"
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências:
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!"
fazenda
adeus barra funda
ainda
impregna tua areia
ainda chove em teu verde
à noite
escuto a tua mata
mas
adeus
deixo você, e em cada canto
em você, sabe, de mim
tão de mim
minha raiz do teu solo
minha ressaca adolescente
no nascer do teu dia
pula Samba, derruba o refugo
"Ourora" de ouro
puro sangue inglês
nos sonhos, tuas casas
que nunca ruínas
tu, guardas minha alma
que eu cuido de ti
de longe
saudoso
te digo, o adeus
a deus, barra funda
a Deus
ainda
impregna tua areia
ainda chove em teu verde
à noite
escuto a tua mata
mas
adeus
deixo você, e em cada canto
em você, sabe, de mim
tão de mim
minha raiz do teu solo
minha ressaca adolescente
no nascer do teu dia
pula Samba, derruba o refugo
"Ourora" de ouro
puro sangue inglês
nos sonhos, tuas casas
que nunca ruínas
tu, guardas minha alma
que eu cuido de ti
de longe
saudoso
te digo, o adeus
a deus, barra funda
a Deus
Vinícius
"Eu ouvi no meu silêncio o prenúncio de teus passos
Penetrando lentamente nas solidões de minha espera
E tu eras, coisa linda, me chegando dos espaços
Como a vinda impressentida de uma nova primavera
Vinhas cheia de alegria, coroada de guirlandas
Com sorrisos onde havia burburinhos de água clara
Cada gesto que fazias semeava uma esperança
E existiam mil estrelas nos olhares que me davas
Ai de mim, eu pus-me a amar-te, pus-me a amar-te mais ainda
Porque a vida no meu peito se fizera num deserto
E tu apenas me sorrias, me sorrias, coisa linda
Como a fonte inacessível que de súbito está perto
Pelas rútilas ameias do teu sorriso entreaberto
Fui subindo, fui subindo no desejo de teus olhos
E o que vi era tão lindo, tão alegre, tão desperto
Que do alburno do meu tronco despontaram folhas novas.
E eu te juro, coisa linda: vi nascer a madrugada
Entre os bordos delicados de tuas pálpebras meninas
E perdi-me em plena noite, luminosa e espiralada
Ao cair no negro vórtice letal de tuas retinas.
E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, coisa linda, dar te muitas coisas lindas...."
Penetrando lentamente nas solidões de minha espera
E tu eras, coisa linda, me chegando dos espaços
Como a vinda impressentida de uma nova primavera
Vinhas cheia de alegria, coroada de guirlandas
Com sorrisos onde havia burburinhos de água clara
Cada gesto que fazias semeava uma esperança
E existiam mil estrelas nos olhares que me davas
Ai de mim, eu pus-me a amar-te, pus-me a amar-te mais ainda
Porque a vida no meu peito se fizera num deserto
E tu apenas me sorrias, me sorrias, coisa linda
Como a fonte inacessível que de súbito está perto
Pelas rútilas ameias do teu sorriso entreaberto
Fui subindo, fui subindo no desejo de teus olhos
E o que vi era tão lindo, tão alegre, tão desperto
Que do alburno do meu tronco despontaram folhas novas.
E eu te juro, coisa linda: vi nascer a madrugada
Entre os bordos delicados de tuas pálpebras meninas
E perdi-me em plena noite, luminosa e espiralada
Ao cair no negro vórtice letal de tuas retinas.
E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, coisa linda, dar te muitas coisas lindas...."
T. S. Eliot
"Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherised upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question …
Oh, do not ask, “What is it?”
Let us go and make our visit."
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherised upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question …
Oh, do not ask, “What is it?”
Let us go and make our visit."
D. H. Lawrence
"Fidelity and love are two different things, like a flower and a gem.
And love, like a flower, will fade, will change into some-
thing else
or it would not be flowery.
O flowers they fade because they are moving swiftly; a
little torrent of life
leaps up to the summit of the stem, gleams, turns over
round the bend
of the parabola of curved flight,
sinks, and is gone, like a comet curving into the invisible.
O flowers they are all the time travelling
like comets, and they come into our ken
for a day, for two days, and withdraw, slowly vanish again.
And we, we must take them on the wind, and let them go.
Embalmed flowers are not flowers, immortelles are not
flowers;
flowers are just a motion, a swift motion, a coloured
gesture; that is their loveliness. And that is love.
But a gem is different. It lasts so much longer than we do
so much much much longer
that it seems to last forever.
Yet we know it is flowing away
as flowers are, and we are, only slower.
The wonderful slow flowing of the sapphire!
All flows, and every flow is related to every other flow.
Flowers and sapphires and us, diversely streaming.
In the old days, when sapphires were breathed upon and
brought forth
during the wild orgasms of chaos
time was much slower, when the rocks came forth.
It took aeons to make a sapphire, aeons for it to pass away.
And a flower it takes a summer.
And man and woman are like the earth, that brings forth
flowers
in summer, and love, but underneath is rock.
Older than flowers, older than ferns, older than fora-
miniferae older than plasm altogether is the soul of a man under-
neath.
And when, throughout all the wild orgasms of love
slowly a gem forms, in the ancient, once-more molten
rocks
of two human hearts, two ancient rocks, a man’s heart
and a woman’s,
that is the crystal of peace, the slow hard jewel of trust,
the sapphire of fidelity.
The gem of mutual peace emerging from the wild chaos of love. "
And love, like a flower, will fade, will change into some-
thing else
or it would not be flowery.
O flowers they fade because they are moving swiftly; a
little torrent of life
leaps up to the summit of the stem, gleams, turns over
round the bend
of the parabola of curved flight,
sinks, and is gone, like a comet curving into the invisible.
O flowers they are all the time travelling
like comets, and they come into our ken
for a day, for two days, and withdraw, slowly vanish again.
And we, we must take them on the wind, and let them go.
Embalmed flowers are not flowers, immortelles are not
flowers;
flowers are just a motion, a swift motion, a coloured
gesture; that is their loveliness. And that is love.
But a gem is different. It lasts so much longer than we do
so much much much longer
that it seems to last forever.
Yet we know it is flowing away
as flowers are, and we are, only slower.
The wonderful slow flowing of the sapphire!
All flows, and every flow is related to every other flow.
Flowers and sapphires and us, diversely streaming.
In the old days, when sapphires were breathed upon and
brought forth
during the wild orgasms of chaos
time was much slower, when the rocks came forth.
It took aeons to make a sapphire, aeons for it to pass away.
And a flower it takes a summer.
And man and woman are like the earth, that brings forth
flowers
in summer, and love, but underneath is rock.
Older than flowers, older than ferns, older than fora-
miniferae older than plasm altogether is the soul of a man under-
neath.
And when, throughout all the wild orgasms of love
slowly a gem forms, in the ancient, once-more molten
rocks
of two human hearts, two ancient rocks, a man’s heart
and a woman’s,
that is the crystal of peace, the slow hard jewel of trust,
the sapphire of fidelity.
The gem of mutual peace emerging from the wild chaos of love. "
Ezra Pound
"Go, my songs, to the lonely and the unsatisfied,
Go also to the nerve-wracked, go to the enslaved-by-convention,
Bear to them my contempt for their oppressors.
Go as a great wave of cool water,
Bear my contempt of oppressors. -
Speak against unconscious oppression,
Speak against the tyranny of the unimaginative,
Speak against bonds.
Go to the bourgeoise who is dying of her ennuis,
Go to the women in suburbs.
Go to the hideously wedded,
Go to them whose failure is concealed,
Go to the unluckily mated,
Go to the bought wife,
Go to the woman entailed. -
Go to those who have delicate lust,
Go to those whose delicate desires are thwarted,
Go like a blight upon the dulness of the world;
Go with your edge against this,
Strengthen the subtle cords,
Bring confidence upon the algae and the tentacles of the soul. -
Go in a friendly manner,
Go with an open speech.
Be eager to find new evils and new good,
Be against all forms of oppression.
Go to those who are thickened with middle age,
To those who have lost their interest. -
Go to the adolescent who are smothered in family-
Oh how hideous it is
To see three generations of one house gathered together!
It is like an old tree with shoots,
And with some branches rotted and falling. -
Go out and defy opinion,
Go against this vegetable bondage of the blood.
Be against all sorts of mortmain."
Ezra Pound
Go also to the nerve-wracked, go to the enslaved-by-convention,
Bear to them my contempt for their oppressors.
Go as a great wave of cool water,
Bear my contempt of oppressors. -
Speak against unconscious oppression,
Speak against the tyranny of the unimaginative,
Speak against bonds.
Go to the bourgeoise who is dying of her ennuis,
Go to the women in suburbs.
Go to the hideously wedded,
Go to them whose failure is concealed,
Go to the unluckily mated,
Go to the bought wife,
Go to the woman entailed. -
Go to those who have delicate lust,
Go to those whose delicate desires are thwarted,
Go like a blight upon the dulness of the world;
Go with your edge against this,
Strengthen the subtle cords,
Bring confidence upon the algae and the tentacles of the soul. -
Go in a friendly manner,
Go with an open speech.
Be eager to find new evils and new good,
Be against all forms of oppression.
Go to those who are thickened with middle age,
To those who have lost their interest. -
Go to the adolescent who are smothered in family-
Oh how hideous it is
To see three generations of one house gathered together!
It is like an old tree with shoots,
And with some branches rotted and falling. -
Go out and defy opinion,
Go against this vegetable bondage of the blood.
Be against all sorts of mortmain."
Ezra Pound
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
e.e. cummings
"somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look will easily unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously) her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully , suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands"
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look will easily unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously) her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully , suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands"
Dylan Thomas
"And death shall have no dominion.
Dead men naked they shall be one
With the man in the wind and the west moon;
When their bones are picked clean and the clean bones gone,
They shall have stars at elbow and foot;
Though they go mad they shall be sane,
Though they sink through the sea they shall rise again;
Though lovers be lost love shall not;
And death shall have no dominion.
And death shall have no dominion.
Under the windings of the sea
They lying long shall not die windily;
Twisting on racks when sinews give way,
Strapped to a wheel, yet they shall not break;
Faith in their hands shall snap in two,
And the unicorn evils run them through;
Split all ends up they shan't crack;
And death shall have no dominion.
And death shall have no dominion.
No more may gulls cry at their ears
Or waves break loud on the seashores;
Where blew a flower may a flower no more
Lift its head to the blows of the rain;
Though they be mad and dead as nails,
Heads of the characters hammer through daisies;
Break in the sun till the sun breaks down,
And death shall have no dominion."
Dylan Thomas
Dead men naked they shall be one
With the man in the wind and the west moon;
When their bones are picked clean and the clean bones gone,
They shall have stars at elbow and foot;
Though they go mad they shall be sane,
Though they sink through the sea they shall rise again;
Though lovers be lost love shall not;
And death shall have no dominion.
And death shall have no dominion.
Under the windings of the sea
They lying long shall not die windily;
Twisting on racks when sinews give way,
Strapped to a wheel, yet they shall not break;
Faith in their hands shall snap in two,
And the unicorn evils run them through;
Split all ends up they shan't crack;
And death shall have no dominion.
And death shall have no dominion.
No more may gulls cry at their ears
Or waves break loud on the seashores;
Where blew a flower may a flower no more
Lift its head to the blows of the rain;
Though they be mad and dead as nails,
Heads of the characters hammer through daisies;
Break in the sun till the sun breaks down,
And death shall have no dominion."
Dylan Thomas
W. B. Yeats
"Had I the heaven's embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
Hermann Hesse
"A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que destruir um mundo. A ave voa para Deus. O deus se chama Abraxas".
terça-feira, 2 de outubro de 2007
...
anima
no seu rosto
a alegria e a tristeza encontram
refúgio, juntas
como no palco
sua alma, revestida de energia
silencia
e mesmo com o corpo jogado
a um canto, ou deformado
essa alma complacente
revela, anseio por anseio
a completude
você despertou algo em mim
(algo despertou em mim)
como a própria anima
redescobrindo o tempo
a alegria e a tristeza encontram
refúgio, juntas
como no palco
sua alma, revestida de energia
silencia
e mesmo com o corpo jogado
a um canto, ou deformado
essa alma complacente
revela, anseio por anseio
a completude
você despertou algo em mim
(algo despertou em mim)
como a própria anima
redescobrindo o tempo
rendição
quando lanço-me agora
a seguir esse amor que vem
como ameaça de eternidade
lanço-me no escuro de todas as paisagens
que foram minhas
se perco agora, algo
que decidi amar
meu destino torna-se meu esforço
na contemplação de uma solidão
no silêncio de uma falta
na agonia de um vazio
há o infinito instante em que nos tocamos
se perco agora
que me despi e nada controlo
perco tudo o que perdi
sou essas oferendas
que faço com minha alma
por que vieste com a manhã
e precisei de você como o fim da noite
precisa do brilho das estrelas
por isso tive medo
renascerei?
a seguir esse amor que vem
como ameaça de eternidade
lanço-me no escuro de todas as paisagens
que foram minhas
se perco agora, algo
que decidi amar
meu destino torna-se meu esforço
na contemplação de uma solidão
no silêncio de uma falta
na agonia de um vazio
há o infinito instante em que nos tocamos
se perco agora
que me despi e nada controlo
perco tudo o que perdi
sou essas oferendas
que faço com minha alma
por que vieste com a manhã
e precisei de você como o fim da noite
precisa do brilho das estrelas
por isso tive medo
renascerei?
glassworks
Assinar:
Postagens (Atom)