quarta-feira, 15 de julho de 2009

2.

Existe então
essa ferida escondida
que reúne no centro do
corpo, vozes, sonhos e
solidão. Existe então
no útero calmo quando
não respiro, uma dor.
Dor sem pranto,
dor sem dono,
dor que não responde,
dor presente.
São certos os rumos
que seguem essas
células de minérios
incandescentes.
Sou essa dor, e
essa dor não é.
Existo então, como
depois da madrugada
sem chuva, o
orvalho do vale,
a geada ao sol.
Seguem os rumos
destas partículas
de despedidas,
como se
existíssemos.

Um comentário:

Rubens Mendonça disse...

Lindo texto, me fez pensar na solidão que é tão comum nos dias de hoje. Será que sempre foi assim?
Também possuo um blog com um enfoque cultural e baseado em minhas idéias e lembranças, quando quiser conhecer: http://blog.factivel.com.br
Parabéns pelo bom gosto, identifiquei-me com os filmes, livros e músicas.
Um abraço