quarta-feira, 13 de agosto de 2008

delirio


alemãao! Onde nois vai?!!! anywhere, any fucking where


era dificel saber com quem falava. quanto mais comovido, mais difuso o interlocutor. tudo dependia daquele que fazia eco, do outro especifico, de um rosto. não falava as mesmas coisas para diferentes pessoas, não era o mesmo. o outro o chamava particularmente, o outro o evocava. as vezes podia perguntar se falava por si mesmo afinal, ou se alguém tecia seu pensamento e seus sonhos.


de algum lugar onde o tempo e' certamente uma ilusão, ela respondia. e falavam através dele, por ela, muitos de si. outros falavam também, ela falava. nunca abriu mão da embriaguez mas precisou aprender a receber o sublime. como "the grief you cry out from, draws you toward union". como a sua primeira união.


as coisas iam ficando sofisticadas mas ele não acompanhava. Sabe quem você e' para mim? sabe quem você e' em mim? era preciso sucumbir ao menos uma vez. "This longing you express is the return message". era uma delicadeza arriscada.


desceu a Columbus Avenue sem ter dormido. ou dormiu e sonhou, e esqueceu. glenn gould, no I Pod, gemendo abafado a melodia. mas tinha morrido e era ela que seguia em frente. ia busca-lo em algum lugar, salva-lo, ver de si, sozinha, sua morada. ate a setenta em dois quando virou a esquerda e viu o Dakota. Zeus nas grades, e nineteen west sixtynineth street. Atravessou para o parque, e um homem, sentado num daqueles bancos:


"eu tenho a estranha sensação de estar morrendo; eu me despeço das coisas todos os dias"


alemão, onde nois vai?


(Sofi, essa e' sua resposta. beijos distantes)

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